Gilvania do Monte
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O desalinho


     Engraçado como a rotina cansa.  Tem certos dias que dá vontade de agir de modo totalmente diferente.  Diferente do padrão.  Lembrei-me hoje do filme Tempos Modernos, de Chaplin, no qual ele compara o Homem a verdadeiras máquinas (maravilhoso filme, recomendo).
Muitas vezes escutei pela vida que a gente tem que andar na linha, como trem.  Principalmente os pobres escutam muito isto.  Mas nem tudo deve ser certinho demais, como boca de bode.  Já repararam na boca de um bode, como ela é certinha?  Que graça tem?
Fazer da vida um "livro de ponto protocolo", utilizando um trecho de um poema de Manuel Bandeira, é algo, às vezes, irritante.  Viajar, por exemplo, sempre nos possibilita vislumbrar novos horizontes. Sair da "linha", de vez em quando, é salutar para a alma, acredito.  Colocar a vida em desalinho por vezes é necessário.  Nem que seja para pegarmos a mesma rota novamente, já com um novo fôlego.  
   



Gilvania do Monte
Enviado por Gilvania do Monte em 16/03/2011
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