Gilvania do Monte
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A necessidade do sólido



Dizem que um grande amor a gente nunca esquece, mesmo depois de tudo acabado. Verdade isso. Mas e quando o namorado, ele mesmo, se declara que nunca existiu, quando ele simplesmente é um ser nonato? Quando ele simplesmente desaparece e faz "pluf" no ar? 
Quando as pessoas morrem, choramos, pegamos o corpo e as enterramos e tentamos dar prosseguimento à vida, mesmo sem muitas forças, pernas cambaleantes, mas ainda acreditando nele, nas pessoas, no amor. Mas e se não há um corpo a ser enterrado? O que fazer?  E se a namorada ouve do namorado coisa do tipo: ei, garota demente, aquilo que compartilhamos foi tudo uma ilusão, pura fantasia, eu nunca existi. Daí você começa a se questionar também: será que eu também não existi?, tipo assim, crise existencial. Daí as letras dele passam a não dizer mais nada a ela com real sentido, tudo passa a ficar sem sentido pra ela, irreal. Mas mesmo com todas as adversidades e todo o niilismo dela, a garota arranja uma força sobre-humana para acreditar de novo num novo amor e acredita, e investe, e suspira, e sonha, e ama. Só que, devido à insegurança que o ex-namorado lhe herdou, ela se torna um ser frágil, dependente de algo sólido, de uma mão de pulso forte que a conduza.  Que o novo namorado lhe diga: ei, amor, eu estou aqui, eu sou real, acredite, eu te amo.  E assim, mesmo diante de tudo, de toda a sua fragilidade e dependência, ela reúne forças, acreditando, torcendo e pedindo a Deus que o novo namorado não se desmanche também no ar.        



Gilvania do Monte
Enviado por Gilvania do Monte em 03/07/2011
Alterado em 02/08/2011
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