A presença das mulheres negras na docência do ensino superior
O tema central deste artigo objetiva analisar a presença de mulheres negras no cenário do ensino superior, um campo de trabalho de maioria branca e um gueto de profissionais predominantemente masculinos.
Importante é verificar se ocorre o racismo institucional e de que maneira as profissionais negras se inseriram neste campo profissional. No curso da história, a mulher negra foi vista como um ser permissivo, como a mulata de sexualidade exacerbada. Diante da supremacia branca, o negro tendia a se sentir inferiorizado devido à sua cor e à sua raça. Desde os tempos da escravidão a negra é estigmatizada como a mulata permissiva, como se não coubesse outro lugar para ela na sociedade. Com o passar do tempo as mulheres negras sentiram a necessidade de reescrever suas histórias, buscando romper com as estruturas do universalismo ocidental. O espaço na área da docência do ensino superior representa para as mulheres negras um espaço de poder e de resistência, uma vez que os anos iniciais do ensino tornaram-se um espaço de não-prestígio na área educacional. Atuando na área da educação a mulher negra rompe com estruturas de opressão construídas a partir de hierarquias de identidade, pois sempre se atribuiu à mulher negra os estereótipos de ama de leite, de mucama ou de mulata sensualizada.
A mulher negra, quando inserida na docência de ensino superior, rompe com estes estereótipos e provam que o negro tem, sim, capacidade intelectual. Ao serem portadoras de autoestima, estas docentes negras trabalham com mais autonomia. Percebem o espaço educacional como um espaço de intervenção social e a possibilidade de romper com as desigualdades.
Como os modelos de beleza e prestígio estão ligados a modelos brancos e ocidentais, os negros carregaram um sentimento de negação desde a infância. Para ascender socialmente, os negros tiveram que assimilar padrões e características brancas na tentativa de ultrapassar obstáculos advindos do fato de serem negros e assim negavam a si mesmos e a seus pares. A presença de mulheres na docência de ensino superior, apesar de ser ainda uma minoria, representa um grande avanço acerca da disseminação do preconceito humano.
Gilvania do Monte
Enviado por Gilvania do Monte em 05/07/2018
Alterado em 05/07/2018